O Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu) retorna à cidade mineira para sua segunda edição, marcada por uma programação rica e diversificada que celebra o tema “Amor, Literatura e Diversidade”. De 28 de agosto a 1º de setembro, o Centro Histórico de Paracatu se transformará em um vibrante polo cultural, onde mais de 60 autores, nacionais e internacionais, se reunirão para discutir temas que vão desde a literatura até questões sociais, políticas e culturais.
Um dos grandes destaques deste ano é a presença da escritora ítalo-somali Igiaba Scego, que lançará seu novo romance “Cassandra em Mogadício”. A obra, que mistura relato histórico e genealogia familiar, explora os traumas do exílio e do desenraizamento. Scego estará presente em duas mesas de discussão, nos dias 28 e 31 de agosto, ao lado de autores como Myriam Scotti, Itamar Vieira Junior, Conceição Evaristo e Jamil Chade, prometendo debates profundos e inspiradores.
A curadoria do Fliparacatu está a cargo de Sérgio Abranches, Tom Farias e Afonso Borges, este último também idealizador do festival. Ailton Krenak, referência na luta pelos direitos indígenas no Brasil, e o poeta Lucas Guimaraens são os autores homenageados desta edição. Além de Scego, outros nomes internacionais de peso como a cubana Teresa Cárdenas, o francês Emmanuelle Arioli e a portuguesa Djaimilia Pereira de Almeida enriquecerão as discussões literárias.
O festival vai além das mesas de debates e lançamentos de livros, oferecendo ao público uma programação cultural extensa e diversificada. Exemplo disso é a exposição “Vidas em Cordel”, organizada pelo Museu da Pessoa, que traz narrativas de vida transformadas em literatura de cordel. A exposição estará em cartaz na Biblioteca Municipal René Lepesqueur e contará com visitas guiadas pelos próprios curadores.
A programação do Fliparacatu inclui também atividades para todas as idades, como oficinas, contação de histórias, saraus e apresentações musicais. Destaque para a Gira Fliparacatu, um circuito cultural que ocupa o Centro Histórico de Paracatu, onde cada espaço recebe uma programação específica, envolvendo autores locais e regionais. Com isso, o festival reafirma seu compromisso com a inclusão e a valorização da cultura local.
Além da programação presencial, o festival também terá transmissões digitais no YouTube, Instagram e Facebook, ampliando o alcance dos debates e das atividades. Essa estratégia visa conectar o público local com uma audiência mais ampla, tornando o Fliparacatu uma referência no cenário literário brasileiro.
Outro ponto alto da edição deste ano é a interação entre o público e os autores convidados. Através de sessões de autógrafos e encontros informais, os participantes terão a oportunidade de conhecer de perto os escritores e dialogar sobre suas obras e temas abordados. Isso reforça a proposta do festival de ser um espaço de troca e aprendizado.
O Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e conta com o apoio da Prefeitura de Paracatu, da Academia Paracatuense de Letras e da Fundação Casa de Cultura. Essa parceria garante a realização de todas as atividades de forma gratuita, tornando o evento acessível para todos os públicos.
A cidade de Paracatu, com sua rica herança histórica e cultural, é o cenário ideal para o festival. Conhecida por seu charme colonial e pela hospitalidade de seus moradores, a cidade oferece uma experiência única aos visitantes, que podem aproveitar as atividades do festival enquanto exploram suas ruas de pedra e seus casarões centenários.
O Fliparacatu se consolida, assim, como um evento literário de grande relevância no Brasil, reunindo vozes diversas para discutir temas urgentes e promover a literatura como ferramenta de transformação social. Com uma programação robusta e inclusiva, o festival promete ser uma celebração à altura da riqueza cultural de Paracatu e de seus habitantes.
Em sua segunda realização, o Fliparacatu tem como Autor Homenageado Ailton Krenak, e Lucas Guimaraens será o Poeta Homenageado. Com Krenak, o festival homenageia a ancestralidade e o convite para pensar no mundo sob a ótica dos povos originários. Em Guimaraens, o pensamento poético perante a vida.
Dentre os mais de sessenta escritores da programação do 2.º Fliparacatu, estão seis convidados internacionais: os italianos Roberto Parmeggiani e Igiaba Scego, o francês Emmanuelle Arioli, a cubana Teresa Cárdenas e o português José Manuel Diogo. As indígenas Trudruá Dorrico e Geni Núñez também compõem a lista de autores.
Na programação nacional, estão confirmados os nomes de Ailton Krenak, Bianca Santana, Carlos Starling, Cármen Lúcia, Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Edney Silvestre, Eliana Alves Cruz, Eliane Marques, Emanuele Arioli, Estevão Ribeiro, Fabiano Piúba, Flávia Helena, Geni Nuñez, Guilherme Amado, Igiaba Scego, Itamar Vieira Junior, Jamil Chade, Jeferson Tenório, Joana Silva, Joca Terron, José-Manuel Diogo, Juliana Monteiro, Lívia Sant’Anna Vaz, Lucas Guimaraens, Marcia Tiburi, Marco Haurélio, Matheus Leitão, Míriam Leitão, Mônica Sifuentes, Myriam Scotti, Paula Gicovate, Paulo Lins, Pierre Ruprecht, Roberto Parmeggiani, Ruth Manus, Sérgio Abranches, Sérgio Rodrigues, Taiane Santi Martins, Teresa Cárdenas, Tino Freitas, Tom Farias, Trudruá Dorrico e Zeca Camargo.
Na programação local, Alessandra Machado Pereira Dias, Alexandre de Oliveira Gama, Arthur Henrique Pereira, Carol Campos de Carvalho, Daniela Prado, Helen Ulhôa Pimentel, Isaias Nery, Lara Luísa, Leonor Soares Costa, Luiz Humberto França, Marcos Sílvio Pinheiro, Raik, Silvano Avelar, Tarzan Leão, Vanderson Roberto Pedruzzi Gaburo e Wélcio de Toledo são os nomes presentes no 2.º Fliparacatu. Enquanto isso, a programação Infantojuvenil convida os autores Alessandra Roscoe, Leo Cunha, Rafael Nolli e Tino Freitas para integrar as palestras voltadas para os pequenos.
Assim como em sua edição de estreia, o Fliparacatu tem Afonso Arinos (1868-1916) como o Patrono do Festival. Nascido em 1.º de maio de 1868, em Paracatu, Afonso Arinos foi escritor, jornalista e jurista, além de ser um imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição que passou a integrar em 1901, na qual ocupou a cadeira de número 40, que pertenceu anteriormente a Eduardo Prado. Considerado o “Pai do Regionalismo Brasileiro”, sendo precursor da literatura regionalista no Brasil, ele retratou em suas obras a vida e a cultura do sertão mineiro, com destaque para a obra “Pelo sertão”, publicada em 1898. Afonso Arinos faleceu em Barcelona, Espanha, em 1916, durante uma viagem à Europa.
Serviço
2º Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu
Data: De 28 de agosto a 1º de setembro
Local: Centro Histórico de Paracatu
Entrada: Gratuita
Programação Digital: Transmissões no YouTube, Instagram e Facebook – @fliparacatu