Neste vigésimo dia de agosto, o Livronews propõe a leitura de cinco livros de autores que fazem aniversário neste mês. Entre romances e crônicas, leoninos e librianos, ficam essas sugestões.
E, você, qual livro de um autor “agostino” recomendaria?
A casa dos espíritos, de Isabel Allende (2 de Agosto)
Um clássico da literatura latino-americana que mistura realismo mágico e narrativa histórica para explorar a saga da família Trueba ao longo de várias gerações. O livro aborda temas como política, poder, amor, opressão e memória, destacando as complexas relações familiares e os traumas pessoais e sociais que marcam o Chile no século XX. A escrita poética e envolvente de Allende traz à vida personagens inesquecíveis e suas lutas diante de forças históricas e sobrenaturais.
Capitães de Areia, de Jorge Amado (10 de Agosto)
Um retrato visceral da vida de meninos de rua na Salvador dos anos 1930. O romance explora temas como pobreza, marginalidade e solidariedade, evidenciando as contradições sociais do Brasil. Amado humaniza os protagonistas, jovens ladrões que, apesar de suas ações criminosas, buscam afeto, pertencimento e dignidade. A narrativa é uma crítica contundente à injustiça social e à indiferença das autoridades, expondo como a sociedade molda e condena os desfavorecidos desde a infância.
Doidas e Santas, de Martha Medeiros (20 de Agosto)
Coletânea de crônicas que explora os dilemas e as dualidades da vida moderna. Com uma linguagem direta e sensível, Medeiros aborda temas como relacionamentos, autocuidado, expectativas sociais e a busca por equilíbrio emocional. A autora captura com humor e profundidade os contrastes que habitam o cotidiano das mulheres, oscilando entre a razão e a loucura, o sagrado e o profano. A obra é uma reflexão sobre a complexidade humana e a busca incessante por felicidade e autenticidade.
Asfalto selvagem, de Nelson Rodrigues (23 de Agosto)
Obra marcante que retrata o subúrbio carioca dos anos 1950 com crueza e intensidade. Famoso por sua abordagem sensacionalista e pela exploração dos aspectos mais sombrios da psique humana, Rodrigues constrói personagens complexos, presos entre os desejos e as normas sociais. A narrativa é um retrato visceral do Rio de Janeiro da época, onde traição, violência e hipocrisia se misturam no asfalto quente da cidade. Este romance destaca o talento único de Rodrigues para expor as contradições humanas em sua forma mais brutal e verdadeira.
Por quem as panelas batem, de Antônio Prata (24 de Agosto)
Uma crítica afiada e bem-humorada sobre a classe média brasileira. Com sua escrita satírica e observadora, Prata examina as tensões políticas e sociais do Brasil recente, explorando as motivações por trás dos protestos e manifestações. O texto revela como o autor utiliza a ironia para expor contradições e incoerências de uma parcela da população, mantendo o leitor reflexivo sobre o papel da classe média nas mudanças políticas do país.