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Rodrigo Casarim

A emoção de semifinalistas do Jabuti na expectativa do Prêmio

Ainda na expectativa da premiação, autoras e autores indicados à fase semifinalista do Prêmio Jabuti compartilham sua emoção

Por Fábio Lucas

O mais prestigiado prêmio literário nacional, o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), divulgou a lista das obras semifinalistas em sua 66ª edição, em 2024. São dez classificados em cada uma das 22 categorias, nesta fase do processo de avaliação. Foram inscritos 4.170 livros. 

A emoção de passar para esta fase atiça a expectativa dos indicados. Em menos de um mês, a ansiedade terá sido consumada: a CBL divulgará os cinco finalistas por categoria, no próximo dia 5 de novembro, e os vencedores serão anunciados em cerimônia em São Paulo, no dia 19 de novembro. 

Mesmo sem o resultado definitivo, vale comemorar a importância de terem sido escolhidos dentre tantos concorrentes. Afinal, o Prêmio Jabuti é uma chancela de qualidade respeitada pelo mercado editorial, que impulsiona as vendas e pode significar um marco na carreira dos profissionais e na trajetória das editoras. 

Alguns escritores semifinalistas deram depoimentos para o Livronews, compartilhando a emoção da indicação nesta etapa do Prêmio Jabuti. Confira o que disseram Rodrigo Casarin, Milena Martins Moura, Bethânia Pires Amaro, Jacques Fux, Raquel Matsushita, Oscar Pilagallo, Adriana Vieira Lomar, Leonardo Tonus e Fernanda Castro.



A leitura pode proporcionar ótimas surpresas”

Rodrigo Casarin, autor de “A Biblioteca do Fim do Túnel”, publicação da Arquipélago, classificado na categoria Crônica:

“Estar entre os semifinalistas ou dez finalistas do Jabuti é mais um reconhecimento a um trabalho de mais de dez anos escrevendo sobre livros e literatura.
Digo isso porque A Biblioteca do Fim do Túnel, o meu livro, é uma consequência da minha caminhada como jornalista que vive mergulhado nos livros.
Sou, antes de tudo, leitor. Tudo o que faço deriva da leitura. Então, estar entre os semininalistas não deixa de ser mais um exemplo de como a leitura pode proporcionar ótimas surpresas, nos levar para lugares ou nos colocar em condições surpreendentes”. 



Tem uma mulher autista na semifinal do Jabuti”

Milena Martins Moura, autora de “O cordeiro e os pecados dividindo o pão”, publicação da Aboio, classificado na categoria Poesia:

O Cordeiro é um livro gigante na minha vida, significou muito escrevê-lo. E vê-lo chegar até aqui é de um orgulho e uma felicidade que não me cabem.
E não me furto a pensar também, e disso só me dei conta de verdade hoje, que tem uma mulher autista na semifinal do Jabuti. Ser uma pessoa neurodivergente, ao longo da história, foi sinônimo de isolamento, encarceramento, infantilização, torturas diversas, dor. Não é nada fácil viver nesse corpo vilipendiado há 38 anos. Por isso, eu me permito estar feliz, mesmo que eu talvez não passe pra final ou ganhe o prêmio. Eu comemoro. Tem uma mulher autista na semifinal do Jabuti. Isso pra mim é um sopro de vida muito poderoso”.



É uma alegria ver a voz de tantas mulheres na nossa literatura”

Bethânia Pires Amaro, autora de “O ninho”, publicação da Record, classificado na categoria Conto:

“Foi uma felicidade imensa constar ao lado de tantos autores e obras incríveis na lista de semifinalistas do Prêmio Jabuti. Estar nessa lista por si só já confere um reconhecimento importante ao meu trabalho e pode me ajudar a levar estas histórias e as mulheres ali retratadas a mais leitores Brasil afora, que é o meu maior objetivo enquanto autora. É uma alegria ver a voz de tantas mulheres encontrando espaço na nossa literatura brasileira contemporânea, em especial para tratar das dinâmicas familiares muitas vezes predatórias, sobre as quais pouco falamos. Agradeço ao Prêmio Jabuti e à CBL, bem como aos meus editores na Editora Record por acreditarem nessas histórias e pelo trabalho incansável na promoção da literatura nacional”. 



Motivação para continuar na luta literária”

Jacques Fux, autor de “Nunca vou te perdoar por ter me obrigado a te esquecer”, publicação da Faria e Silva, classificado na categoria Romance Literário:

“É uma enorme alegria estar entre os dez semifinalistas do Jabuti. É o reconhecimento de um trabalho, da dificuldade e da beleza da literatura. Em meio a tantos livros bons, ser um dos selecionados dá motivação para continuar nessa luta e nessa alegria literária. É uma oportunidade de o livro conhecer outros leitores e viajar um pouco mais”. 



Uma ponte para encontros”

Raquel Matsushita, autora de “O voo do ovo”, publicação da PeraBook, classificado na categoria Infantil:

“Criar uma história e transformá-la em livro é abrir possibilidades de encontros com o outro para compartilhar nossas alegrias e angústias. É tudo o que almejo como autora. Estar entre os semifinalistas do Prêmio Jabuti, além de ser uma honra, é também mais uma ponte para esses encontros”.



Mapeamento precioso da produção editorial”

Oscar Pilagallo, autor de “O girassol que nos tinge: Uma história das Diretas Já, o maior movimento popular do Brasil”, publicação da Fósforo, classificado na categoria Biografia e Reportagem:

“O Jabuti faz um mapeamento precioso da produção editorial e contribui para a divulgação do livro e da leitura no Brasil. Só o fato de estar na companhia de tanta gente boa já é, para mim, um grande privilégio”.



Sinto-me recompensada, feliz de verdade”

Adriana Vieira Lomar, autora de “Corredor do tempo”, publicação da Patuá, e “Ébano sobre os canaviais”, publicado pela José Olympio, classificados respectivamente nas categorias Juvenil e Romance de Entretenimento:

“Estava escrevendo na minha toca com o telefone celular desligado (impossível criar textos sob efeito da agonia da modernidade). Parei para almoçar e tirei o modo avião.
E veio a notícia. Uma honra ter sido selecionada em duas categorias. Dois livros que nasceram em épocas distintas e que por coincidência foram publicados no mesmo ano. O primeiro, “Corredor do tempo” (Patuá) oriundo do projeto Benfeitoria, e o “Ébano sobre os canaviais” publicado na plataforma digital e ganhador do prêmio Kindle (publicado fisicamente pela José Olympio somente no final de 2023). Como escritora sinto-me recompensada, feliz de verdade”. 



Publicar um livro brasileiro no exterior requer coragem”

Leonardo Tonus, autor de “Diários em mar aberto”, publicação da Folhas de Relva e Hagebutte Verlag, classificado na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior:

“Sinto-me honrado por estar entre os 10 semifinalistas do Prêmio Jabuti na categoria livro brasileiro publicado no exterior que, homenageia a coragem e o trabalho de editoras estrangeiras, sobretudo as independentes, na publicação de livros brasileiros. 
Este foi o caso de minha editora alemã, a Hagebutte Verlag, uma pequena casa editorial baseada em Munique que, apesar do número reduzido de colaboradores (tudo está centrado na figura do incansável Martin Pflanzer), tem realizado um trabalho cuidadoso de edição e de promoção. Isto explica o fato de praticamente todos os seus livros terem obtido prêmios nacionais e regionais de prestígio na Alemanha nos últimos anos, como os meus Aufzeichnungen von hoher See (« Diários em mar aberto », no Brasil editado pela Folhas de Relva) que, já no ano de sua publicação, entrou na lista dos melhores livros de outono da prestigiosa Litprom e foi agraciado com o prêmio do estado da Bavária de melhor publicação independente de 2023 (Bayerns Beste Independent Bücher 2023). 
Publicar um livro brasileiro no exterior requer coragem. Agora imaginem publicar um livro de poesia! Obviamente tudo isso não seria possível sem um trabalho colaborativo que contou com a belíssima tradução de Lilli-Hannah Höpner (um trabalho de quase dois anos) e as maravilhosas ilustrações de Vitor Rocha. 
É importante também sublinhar a ajuda que obtivemos do Programa de Apoio à Tradução da Fundação Biblioteca Nacional, pelo qual também fomos agraciados. Por fim, gostaria de sublinhar que na Hagebutte Verlag somos dois autores brasileiros premiados na Alemanha (curiosamente ambos publicados no Brasil pela Folhas de Relva Edições, como no caso Luciana Rangel) e que, para 2025, organizarei, pela mesma casa editorial, uma coletânea de poesia brasileira contemporânea. 
É isso, o Brasil também pulsa por aqui!
Obrigado a todas e a todos.”



“É bom ver uma romantasia chegando tão longe”

Fernanda Castro, autora de “Mariposa vermelha”, publicação da Suma, classificada na categoria Romance de Entretenimento:

“Fico muito feliz de estar representando a ficção de gênero em um prêmio com o destaque do Jabuti. Querendo ou não, além de uma chancela, a indicação funciona como uma vitrine para que o livro chegue a outras pessoas. É bom ver uma romantasia chegando tão longe”.



Para ver a lista completa dos semifinalistas, acesse www.premiojabuti.com.br.

Leia também a matéria do Livronews com depoimentos dos editores

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