Dalton Trevisan, um dos maiores contistas da literatura brasileira, faleceu na segunda-feira, 9 de dezembro de 2024, aos 99 anos. Nascido em Curitiba em 1925, o autor ficou conhecido como “O Vampiro de Curitiba” e manteve uma vida reclusa durante décadas, retratando os personagens e o cotidiano da capital paranaense. Sua obra, que inclui cerca de 50 livros, é marcada por uma escrita concisa, explorando as complexidades psicológicas e os costumes urbanos.
Trevisan foi laureado com alguns dos mais importantes prêmios da literatura em língua portuguesa, como o Prêmio Camões, em 2012, e quatro edições do Prêmio Jabuti (1960, 1965, 1995 e 2011). Em 2011, também conquistou o Prêmio Machado de Assis, conferido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Sua influência ultrapassou as fronteiras do Brasil, com livros traduzidos para inglês, espanhol e italiano. Recentemente, em 2023, fechou um contrato com a editora Todavia para a publicação de sua obra completa, marcada para o centenário de seu nascimento em 2025.
Além de suas conquistas literárias, Trevisan editou a revista Joaquim entre 1946 e 1948, destacando nomes como Mario de Andrade e publicando poemas inéditos de Carlos Drummond de Andrade. Apesar de ter exercido a profissão de advogado, foi na literatura que deixou sua marca. Sua casa no bairro Alto da Glória, que se tornou um ponto turístico para admiradores da literatura, foi abandonada em 2021, quando passou a viver em um apartamento no centro de Curitiba. Mesmo avesso aos holofotes e às entrevistas, o legado de Dalton Trevisan permanece, refletido na admiração que sua obra desperta até hoje.
Algumas obras do autor:
Novelas nada Exemplares (1959)
Cemitério de Elefantes (1964)
O Vampiro de Curitiba (1965)
Mistérios de Curitiba (1968)
A Guerra Conjugal (1969)
A Polaquinha (1985)
Macho não ganha flor (2006)
Quem tem medo de vampiro? (1998)
111 Ais (2000)
O beijo na nuca (2014)