Por Dani Costa Russo
A festa literária mais divertida do Brasil, a Flip, é num cenário de férias: tem mar, cultura, edificações centenárias, restaurantes, sorveterias, cafés acolhedores. As ruas de pedra do centro histórico de Paraty são um desafio físico — quase uma prova a quem migra de uma casa a outra —, mas não desanimadores, a efervescência é contagiante e move a multidão de turistas todos os dias de evento.
Chegar à cidade do litoral sul do estado do Rio de Janeiro é um plano para vivenciar a literatura por lazer, mas vem também cheio de trabalho. Vivê-lo pela primeira vez pode ser um marco na carreira. “Estou chegando com o coração e o olhar abertos para ser inspirada, aprender, conhecer pessoas, participar dos espaços, encontrar pares, beber na fonte mesmo”, conta a escritora e psicóloga Camilla Pessoa, que viaja de Salvador, Bahia, para a sua estreia na Flip, já com uma agenda profissional. Ela lançará seu segundo título, Mulher de barro, refazimentos e sopros de si, pela editora Patuá, na Casa Gueto, no dia 11, sexta-feira, às 19h. Também participará do lançamento da antologia do selo Off Flip, na qual integra a categoria poesia.
A escritora e colagista Sandra Acosta decidiu há poucas semanas sua ida à Flip. Após alguns anos morando na Europa, retorna ao Brasil para viver em São Paulo. “Estou em uma grande expectativa, tive a experiência do Fólio, festival na cidade de Óbidos, em Portugal, e imagino a Flip com a mesma natureza de lugar pequeno, histórico, trazendo encontros importantes de gente da cadeia do livro”, relata. Dentre seus compromissos, integra a mesa “Travessias literárias: o impacto de viajar na produção artística”, no dia 10, quinta-feira, às 10h, na Casa Gueto. No mesmo lugar, lança a obra Poemagem: poesia e colagem para viagem, pela Arpillera, no dia 11, sexta-feira, às 15h.
De Campina Grande, Paraíba, a escritora e professora Iviny segue para inédita vivência em Paraty. Ativa no universo de festivais e feiras, aposta na troca de histórias e afetos. “A mística a respeito da FLIP é inigualável, só experienciando. Espero viver uma imersão literária e a cidade contribui para a ambientação mágica, que nos envolve com o colorido e preservação das ruas, uma espécie de bolha artística que se infla e se derrama anualmente”.
Sua jornada conta com uma associação de forças: “Com o apoio de professores, familiares e do Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino da UFCG, a viagem será possível, uma interconexão entre literatura, academia e comunidade”. No dia 10, quinta-feira, às 10h, na Casa Gueto, lança poemas no Mulheridades, pela Xará. No dia 11, sexta-feira, participa na mesma casa da mesa “Anônimo não é nome de mulher”.
Hoje a festa começa oficialmente e palavras da Iviny encerram este texto. “São em ambientes como esse que alimentamos a nossa esperança na literatura, na arte, na habilidade artística das pessoas e na potência da leitura. Por isso, espero que a frase ‘Te vejo na FLIP!’ seja vivida.”
Dani Costa Russo é Jornalista e escritora. Criadora, curadora e editora do @seloauroras. Autora de Beijos no Chão e Cama Rainha. Colaboradora do Livronews na cobertura exclusiva da Flip 2024