Por Cibele Laurentino
O premiado escritor Políbio Alves apresenta ao público sua mais nova obra, “A Leste dos Homens”, um romance impactante que resgata os traumas e atrocidades da ditadura militar brasileira, com especial foco no emblemático ano de 1968. Conhecido por sua sensibilidade poética, o autor transita com maestria para uma prosa intensa e perturbadora, criando um microcosmo onde o medo e a violência se tornam onipresentes.
Com uma escrita potente e profundamente crítica, Políbio Alves desvela o sofrimento humano diante da repressão e denuncia os mecanismos de poder que perpetuaram as oligarquias brasileiras — descritas na obra como “grupos de mentalidade agropastoril”. Mas “A Leste dos Homens” não é apenas uma denúncia: é um convite à consciência, um chamado à reflexão e ao rompimento com a apatia histórica.
A narrativa densa e provocadora não oferece ao leitor a possibilidade do distanciamento, mas sim o arrasta para um estado de inquietação. A dureza do texto, ao invés de ser um obstáculo, confere ainda mais urgência à obra, transformando-a em um testemunho necessário contra o esquecimento e um alerta para o futuro.
Mais do que um romance, A Leste dos Homens é um exercício de memória e resistência, um livro que se impõe como leitura essencial para aqueles que buscam compreender os impactos da ditadura militar e sua herança na sociedade contemporânea.
Políbio Alves, escritor e poeta, nasceu em Cruz das Armas, um bairro operário de João Pessoa, Paraíba. Em 1964, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde recebeu o Titulo de Cidadão Carioca, por serviços prestados na área de educação. Em 1968 Políbio foi preso e torturado, logo após a passeata dos 100 mil, por ter se indignado com o assassinato de seu colega, o estudante Edson Luis, assassinado com um tiro no coração no restaurante Calabouço. Detém alguns prêmios literários, como o Escritor do Ano, Trento, Itália, e o Augusto dos Anjos, no Brasil. Com oito livros publicados, entre eles, três em espanhol e um em inglês. É verbete da enciclopédia da Literatura Brasileira. Reside em Cabedelo, Paraíba, desde 1990.
Siga o autor em @polibioalves
Cibele Laurentino nasceu em Campina Grande, Paraíba, ativista cultural, Gestora em Turismo, atua na área e se dedica à literatura: bacharel em letras, autora do livro de poesias Cactus (livro de estreia), de Nobelina (romance premiado em 2021 pelo Edital Maria Pimentel na PB), Todas em mim (livro de contos, lançado em 2022, sendo traduzido e comercializado em espanhol no ano de 2023 pelo grupo editorial Caravana). Ainda em 2022 lançou o romance Eu, Inútil, vencedor como melhor obra de ficção em Portugal no prêmio Ases da literatura. Membro da UBE – PB e da ALC – Academia de Letras de Campina Grande – PB.
