O projeto “Cria das Letras”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com a Companhia das Letras, chega a Pernambuco. A única instituição selecionada na região Nordeste foi o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Santa Luzia, da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), que atende meninas. O objetivo da iniciativa, que vai atuar em cinco espaços no Brasil, é incentivar a leitura, promover debates literários e estimular a reflexão crítica entre os jovens. Pará, Paraná e Roraima também vão receber o projeto, mas em instituições que atendem meninos. A quinta instituição a receber o projeto ainda está em fase de escolha. 

A ação faz parte do Programa Fazendo Justiça (CNJ/PNUD), que busca desenvolver ações voltadas à inclusão cultural e à formação de mediadores e leitores. A Companhia das Letras, responsável pela curadoria e distribuição dos livros, selecionou seis títulos, a partir das preferências das socioeducandas e da curadoria editorial. Ao todo, serão distribuídos 150 exemplares, com 25 cópias de cada obra, entregues progressivamente durante as reuniões semanais.

As dinâmicas do clube de leitura, que ocorrerão durante seis meses, serão conduzidas por sete funcionários da Funase, capacitados em mediação de leitura pela editora. As reuniões também contarão com debates, palestras e atividades complementares, como desenhos, para incentivar a interação e a reflexão entre as participantes. Ao final do ciclo, as adolescentes que concluírem o projeto receberão um certificado.

“Nós do Eixo Cultura, estamos muito felizes que o Case Santa Luzia tenha sido escolhido para esse projeto. Acreditamos, de verdade, que o impacto dessa iniciativa vai muito além da leitura. Estamos criando um espaço muito legal onde essas jovens podem se expressar de forma livre, se enxergar nos personagens e, sobretudo, perceber novas possibilidades para o futuro. A literatura tem esse poder de abrir caminhos e ressignificar trajetórias, e é isso que buscamos com essa iniciativa. Os frutos positivos da leitura já são percebidos em todas as unidades e isso é gratificante”, pontua Karina Souza, coordenadora do Eixo Cultura da Funase.

A ação já tem gerado expectativa entre as participantes. L.R., uma adolescente de 17 anos, compartilhou sua empolgação: “Estou gostando muito dessa experiência. O livro que escolhi tem tudo a ver comigo, e estou ansiosa para ler.”

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