O ano de 2024 foi repleto de acontecimentos marcantes no universo literário brasileiro e lusófono. Premiações trouxeram reconhecimento e reparação. Eventos literários lotados contradizem números que indicam menos leitores.
Ailton Krenak, Lilia Schwarcz e Edgard Telles Ribeiro na Academia Brasileira de Letras
Em 5 de abril, a Academia Brasileira de Letras empossou como imortal o primeiro indígena de sua história. Ailton Krenak representa não apenas a inclusão da cultura ancestral dos povos originários brasileiros, como também a importância da tradição da oralidade na literatura, e, segundo ele mesmo, a inclusão de cerca de 170 línguas na Academia, que até hoje teve representantes apenas do Português. No dia 14 de junho, tomou posse a historiadora e antropóloga paulista Lilia Schwarcz, ocupando o lugar de Alberto da Costa e Silva, acadêmico que Scharcz considera seu conselheiro e incentivador. Em decorrência do falecimento do acadêmico Antonio Cicero, foi eleito, no dia 11 de dezembro, para sua vaga, o escritor e embaixador aposentado Edgard Telles Ribeiro.
Queda na Leitura entre Brasileiros
A divulgação dos resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, em novembro, indicou uma preocupante diminuição nos índices de leitura no Brasil. Fatores como dificuldades econômicas e o temor da violência têm afastado a população de atividades culturais presenciais, incluindo visitas a livrarias e bibliotecas. Essa tendência ressalta a necessidade de políticas públicas que incentivem o acesso à cultura e promovam a leitura como ferramenta essencial para o desenvolvimento social.
Eventos Literários Lotados
Apesar da queda nos índices de leitura, os eventos literários de 2024 registraram grande participação popular. Feiras e festivais literários em diversas regiões do país atraíram multidões, demonstrando que, mesmo diante de adversidades, o interesse pela literatura permanece vivo. O Livronews acompanhou de perto, em coberturas exclusivas, a Flip, a Bienal de São Paulo, e esteve em eventos como a Feira do Livro de São Paulo e Fliporto.
Adeus a Ziraldo
Em abril, o Brasil se despediu de Ziraldo, um dos maiores nomes da literatura infantojuvenil e do cartunismo nacional. Criador de personagens icônicos como o Menino Maluquinho e a Turma do Pererê, Ziraldo deixou um legado inestimável que influenciou gerações de leitores e artistas. Sua partida representa uma grande perda para a cultura brasileira, mas sua obra continua a inspirar e encantar. Veja aqui outras pessoas do mundo da literatura que nos deixaram em 2024.
Nobel de Literatura para Han Kang
A escritora sul-coreana Han Kang foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura em 2024, reconhecida por sua narrativa profunda e sensível que explora as complexidades da condição humana. Sua obra ganhou destaque internacional, e no Brasil, seus livros registraram um aumento significativo nas vendas, refletindo o interesse dos leitores brasileiros por literaturas de diferentes culturas.
Consagração de Adélia Prado
A poeta mineira Adélia Prado foi amplamente celebrada em 2024, como vencedora do Prêmio Camões, consolidando-se como uma das vozes mais importantes da literatura brasileira contemporânea. Sua obra, marcada pela profundidade e sensibilidade, recebeu homenagens e releituras, reafirmando sua relevância no cenário literário nacional. Confira outras premiações do ano.
Em resumo, 2024 foi um ano de contrastes no mundo literário brasileiro, evidenciando tanto desafios a serem superados quanto a vitalidade e a capacidade de reinvenção da literatura nacional.